05 Nov Endodontia: Quando e Porquê?

A Endodontia é uma especialidade da Medicina Dentária que visa diagnosticar e tratar a estrutura mais interna e profunda do dente – a polpa. A polpa estende-se até às raízes do dente e é constituída maioritariamente por fibras, vasos sanguíneos e estruturas nervosas, portanto, é através dela que o dente recebe os estímulos nervosos e os nutrientes que necessita. Quando a polpa dentária é afectada por alguma agressão, esta reage, muitas vezes de forma inflamatória, o que frequentemente se reflecte na conhecida “dor de dentes”. Os principais agentes que provocam agressão pulpar são as bactérias provenientes da cárie dentária, por isso, quando uma cárie atinge a polpa dentária é necessário recorrer ao tratamento endodôntico. A polpa pode ainda apresentar outro tipo de respostas, como por exemplo a necrose – morte do tecido. Quando estamos perante um caso de necrose pulpar usualmente não há sintomatologia dolorosa, no entanto a necessidade do tratamento mantêm-se, não só por estarmos perante um dente infectado, mas também por ser comum nestes casos a existência de quistos e/ou abcessos.

O tratamento endodôntico, vulgarmente conhecido como desvitalização, tem como objectivo remover a polpa dentária e as bactérias que se instalaram nos canais radiculares do dente. Esta remoção é feita através de instrumentos mecânicos e /ou manuais (limas) que chegam às raízes dos dentes e líquidos desinfectantes próprios. No final do tratamento os canais são preenchidos com um material biocompatível para garantir que estes ficam selados.

Dente Vital vs Dente Desvitalizado

A principal diferença entre um dente vital e um dente que sofreu tratamento endodôntico é o facto de o dente desvitalizado já não dispor de aporte sanguíneo e nervoso. Isto significa que, em princípio, um dente desvitalizado não reage a nenhum estímulo sensorial, como por exemplo ao frio ou quente. Um dente desvitalizado não deve provocar nenhum tipo de dor, se tal acontecer deve procurar o seu Médico Dentista. O facto de um dente já não estar vital, não compromete á partida a mastigação, desde que o tratamento endodôntico tenha sido realizado com sucesso, bem como uma restauração adequada ao dente em questão.

Periodontologia e Periodonto

A Periodontologia é a especialidade da Medicina Dentária que se destina à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças que afectam os tecidos que suportam os dentes – gengiva, osso e ligamento periodontal (fibras que unem o dente ao osso). O conjunto destes tecidos formam o Periodonto. É muito importante preservar a saúde do periodonto para que os dentes se mantenham estáveis e fixos na cavidade oral e possam exercer as suas funções correctamente.

Que doenças podem perturbar o periodonto?

As doenças periodontais mais comuns são a Gengivite e a Periodontite (também conhecida como piorreia). A principal causa destas doenças é a acumulação de placa bacteriana ao redor dos dentes. Esta acumulação pode provocar inflamação da gengiva, fazendo com que esta aumente de volume, apresente uma cor mais escura e sangre facilmente – Gengivite. Quando esta inflamação se estende até ao osso a doença evolui para Periodontite. Nesta fase pode já haver perda de osso e mobilidade dentária. Caso a doença não seja tratada precocemente, pode levar á perda de peças dentárias por falta de suporte.

As doenças periodontais surgem apenas na presença de placa bacteriana, no entanto existem factores que aumentam a probabilidade do seu aparecimento, tais como hábitos tabágicos, história familiar de periodontite, Diabetes Mellitus, HIV e outra doenças imunossupressoras, faixa etária acima dos 50 anos, entre outros.

Existem ainda estudos que mostram uma associação entre doença periodontal e partos prematuros e/ou baixo peso á nascença.

Como evitar o aparecimento de cáries (que possam levar a lesões na polpa dentária) e manter o periodonto saudável?

• Manter uma higiene oral correcta, o que implica escovar os dentes pelo menos 2x/dia, de manhã e á noite (antes de dormir), durante 2 minutos e usar fio dentário, antes da escovagem.
• Adoptar uma dieta saudável rica em verduras, frutas, cereais integrais, frutos secos e lacticínios. Evitar alimentos doces, especialmente entre as refeições.
• Consultar o seu Médico Dentista regularmente – 2x por ano