O especialista em Medicina Dentária que atende crianças chama-se Odontopediatra. Porém existem médicos dentistas que mesmo sem a especialidade tambem podem atender crianças. O principal sucesso de um medico dentista é a empatia que cria com a criança e a forma com o põe à vontade na consulta com conversa acessível e adequada ao paciente que tem na cadeira.
O pediatra inicia a educação dos pais para uma saúde oral correto assim que os bebés nascem com conselhos quer para uma higiene oral correta. É aconselhavel ir ao dentista quando a criança já tem os primeiros dentes deciduos (dentes de leite). Há pediatras que aconselham a fazer a primeira consulta aos 3 anos quando completam a dentição decidua. Se a criança tem tendência para ter cáries deverá consultar o dentista com maior regularidade, de 3 em 3 meses, caso contrário deverá fazer consultas de 6 em 6 meses.
Responderemos dentro de instantes.
Por norma os bebés durante a erupção dos dentes ficam mais irritadiços, perda de apetite, dificuldade de dormir, aumento de salivação. Podem apresentar febres ligeiras e diarreias.
Os primeiros dentes a erupcionar são os incisivos inferiores e entre os 6-9 meses, apesar de algumas crianças poderem ter variações, sendo as meninas mais precoces. A dentição decidua tem 20 dentes. A erupção dos dentes de leite fica completa em média aos 3 anos.
A dentição permanente (dentes definitivos) inicia aos 6 anos com erupção dos molares inferiores e incisivos centrais inferiores e fica completa em média aos 18 anos com erupção dos 3o molares (dentes do siso). A dentição permanente são 32 dentes, caso os quatro dentes do siso erupcionem.
1. Cáries rampantes: Frequentes e muito extensas quando não é praticada uma boa higiene oral e se, a criança consome com curtos intervalos de tempo açucares (chocolates, bolachas). Antes de deitar e depois de beber o leite deve sempre escovar os dentes e nunca ir para a cama depois de comer sem escovar os dentes. As cáries geralmente são mais frequentes nos molares (dentes a trás). Atenção às mães que têm o hábito de dar leite com chocolate ou açúcares no biberão para adormecer as crianças (Cáries de biberão).
2. Erupção dos dentes definitivos sem caírem os dentes de “leite”: É muito frequente aparecer o incisivo central inferior atrás do dente de “leite”.
3. Freio da língua: Pode acontecer a língua ter os movimentos “presos” por ter o freio curto ou próximo à ponta da língua (Anquiloglossia), o que dificulta a fala, deglutição e amamentação correta.
4. Freio labial: Pode ser muito fibroso e de inserção baixa provocando um diastema (espaço) entre os incisivos centrais superiores. Tem indicação para cirurgia (Frenetomia) por volta dos 9-10 anos aquando a erupção dos caninos.
5. Traumatismos: A queda frequente das crianças sobretudo daquelas que começam a andar é frequentemente associada a traumatismos dentários. Se existir fratura parcial ou total do dente deve se possível guardar o fragmento dentário. Se existir avulsão (perda) completa do dente deverá guardá-lo em soro fisiológico, saliva ou leite, se for possível colocar o dente na sua posição inicial até chegar ao seu dentista. A alteração de cor do dente para uma cor amarelada é outro dos sintomas que pode acontecer por necrose do nervo e deverá vigiar o dente até erupção do definitivo.
A erupção dentária tem uma cronologia própria que deve ser respeitada. A extração precoce dos dentes temporários pode levar a atrasos na erupção dos dentes definitivos ou mesmo impedir a erupção se o espaço não for mantido. Sempre que possível o dente temporário deve ser reabilitado de forma a manter a função mastigatória e a estética e sobretudo, evitar situaçõess dolorosas para a criança.
Selantes de fissura é um “verniz” (resina) que é colocado nas fissuras dos molares definitivos para prevenir a formação de cárie. Geralmente só se colocam nos molares definitivos (primeiros e segundos) e pré-molares após a sua erupção completa por volta dos 6-7 anos e 11-14 anos respetivamente.
Constitui uma medida preventiva e não deve ser generalizada para todas as crianças, apenas para aquelas que têm uma incidência de cáries elevadas.
O tema do Flúor em criançasé controverso pela disparidade de opinões. Hoje em dia opta-se somente pelo flúor presente nas pastas dentifricas, por um lado por a criança engole sempre parte da pasta e por outro por conter o flúor suficiente. Em alguns casos pode ser feito em consultório a aplicação tópica de flúor em moldeiras.
As gotas e comprimidos outrora recomendados pelo Programa de Saúde Oral só deve ser implementado nas escolas quando verifica-se um risco elevado para cáries e a crianças com idades superiores aos 3 anos.
Recém-nascido até aos 6 meses:
Antes da erupção do 1º dente deve ser efetuada com uma gaze esterilizada embebida em soro fisiológico
ou água e sobretudo após a amamentação.
6 meses – 3 anos:
Deve ser efetuada por uma escova de dentes macia com uma gota de pasta dentifrica com flúor de preferência com um sabor agradável para as crianças (equivalente à unha do 5º dedo da mão).
A partir dos 24 meses as crianças já apresentam uma certa autonomia e devemos motivá-las para a escovagem dos dentes exemplificando e supervisionando. Porém os pais são sempre os responsáveis pela escovagem.
3-6 anos:
As crianças já devem escovar os dentes sozinhas mas os pais deverão sempre retificar a escovagem. Nunca o deverão fazer sozinhas.
A partir dos 6 anos:
As crianças com destreza manual deverão lavar os dentes sozinhas e sempre 2xs por dia sobretudo antes de deitar mas os pais são sempres responsáveis pela supervisão e confirmação de uma escovagem adequada.
Se a criança já apresenta destreza manual e autonomia suficiente poderá passar o fio/fita dentária. Complementa a escovagem dentária e previne as cáries que se formam entres os dentes.
A chupeta está aconselhada a retirar entre o 1º e 2º ano, sobretudo nas crianças que já têm o palato com a forma da chupeta e os dentes projetados para a frente.
O uso de chucha até idades mais avançadas condiciona o desenvolvimento dentário e esquelético podendo ser responsável por malformações ósseas e problemas articulares. Atenção para a chupeta não ser substituída pelo dedo, a sucção digital (chupar o dedo) é mais prejudicial que a chupeta.
Acima de tudo depende da criança e relação com os pais. Por regra até aos 3 anos os pais devem acompanhar as crianças, sobretudo em casos de acidentes. Porém está provado que as crianças colaboram melhor na ausência dos pais. Muitas das vezes são os pais que transmitem ansiedade aos filhos e prometem prendas em troca de bom comportamento para levar à colaboração da criança. Nestas situações a criança acaba por não colaborar porque percebe que domina a situação.
Em casos extremos de falta de colaboração poder-se-á ter que recorrer a sedação consciente ou anestesia geral que devem ser efetuados apenas em meio hospitalar.
Cáries dentárias, os traumatismos dentários (quedas), uma má escovagem, pigmentação por hábitos alimentares ou infecção bacteriana, malformações do esmalte e dentina (manchas esbranquiçadas) são um dos muitos fatores responsáveis pela alteração de cor.
Antigamente os pais colocavam mel na chupeta ou biberão para as crianças adormecerem e eram responsáveis pela formação de cáries (Cáries de biberão).
A introdução de alimentos semi-sólidos e sólidos na alimentação dos bebés é responsável por um correto desenvolvimento ósseo e dentário.
Há bebés que já podem nascer com dentes, dentes natais.
A amamentação prolongada (a partir dos 2 anos) pode levar a um excesso de desenvolvimento ósseo da mandíbula (Prognatas).
Deve escovar os dentes ao seu filho no mínimo 2 vezes por dia (depois do pequeno almoço e mesmo antes de dormir depois da ceia).